A lei que obriga restaurantes a conceder descontos àqueles submetidos a cirurgia bariátrica ou qualquer gastroplastia teve seus efeitos suspensos, por decisão liminar do juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Central, uma vez que, segundo fundamentação do magistrado, ofende o art. 5º, XIII e o art. 170, parágrafo único, da Constituição, interfere na livre iniciativa da atividade econômica e na autonomia dos consumidores.
Liminar suspende sanções a restaurantes que não derem descontos a clientes submetidos à cirurgia bariátrica
O juiz Luís Manuel Fonseca Pires, da 3ª Vara da Fazenda Pública Central,
concedeu liminar para...
suspender a aplicação da lei
estadual que previa multas a bares
e restaurantes que deixassem de dar desconto em refeições para pessoas que
se submeteram a cirurgia bariátrica.
A lei
estadual determina que restaurantes e similares que servem refeições a la carte
ou em porções são obrigados a oferecer, para pessoas com estômago reduzido por
cirurgia bariátrica ou qualquer gastroplastia, meia porção com desconto de 30 a
50% sobre o preço normal da refeição integral. Àqueles que servem na modalidade
rodízio, o desconto deve ser de 50% no preço da refeição. Em caso de
descumprimento, prevê multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil. A Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes (Abrasel) pediu, em ação civil pública, a
inconstitucionalidade da norma.
Em sua decisão, o
magistrado afirmou que a lei interfere no direito dos bares e restaurantes à
livre iniciativa da atividade econômica e à autonomia dos próprios consumidores
de escolher, entre os restaurantes disponíveis, o que mais agrada. “A tutela
estatal definida pela Lei Estadual nº 16.270/16 sobre a vida privada de
ex-pacientes de cirurgias bariátricas parte de pressuposto equivocado, a
ausência de autonomia destes indivíduos, e vale-se de meio estranho à proteção
que se deseja realizar, pois sacrifica o direito à livre iniciativa da atividade
econômica de terceiros, isto é, restaurantes e similares, ao esperar que por
meio de descontos promovam o controle das escolhas (individuais) de saúde dos
seus consumidores – uma intervenção estranha, portanto, à natureza da atividade
econômica destes prestadores de serviço. Por isso, diante de fortes indícios de
inconstitucionalidade da Lei
Estadual nº
16.270/16, por ofensa ao art. 5º, XIII,
e ao art. 170, parágrafo único, ambos da Constituição Federal, defiro os efeitos
da tutela provisória para determinar que a ré abstenha-se de autuar e impor
sanções a restaurantes e similares com fundamento na lei estadual
referida.”
Cabe recurso da
decisão.
Processo nº 1030194-45.2016.8.26.0053
Processo nº 1030194-45.2016.8.26.0053
Fonte: Comunicação
Social TJSP
Respeite o direito autoral.
Gostou? Clique, conheça os blogs. É só acessar:
BELA ITANHAÉM
TROCANDO EM MIÚDOS
"CAUSOS": COLEGAS, AMIGOS, PROFESSORES
GRAMÁTICA
E QUESTÕES VERNÁCULAS
PRODUÇÃO JURÍDICA
JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL (O JUIZADO DE PEQUENAS CAUSAS)
e os mais, na coluna ao lado. Esteja à vontade para perguntar,
comentar ou criticar.
Um abraço!
Thanks for the
comment. Feel free to comment, ask questions or criticize. A great day and
a great week!
Maria da Gloria Perez
Delgado Sanches
Nenhum comentário:
Postar um comentário